terça-feira, 19 de maio de 2009

CONCLUSÕES E COMENTÁRIOS SOBRE O TEXTO DE AGRICULTURA NATURAL


"ADUBOS QUIMICOS: Porquê não Usa-los"

Na prática da agricultura, no manejo do solo e das plantas, devemos encarar a terra como um mundo complexo e inteirado onde devem viver em equilíbrio um numero incalculável de microscópicos seres animais e vegetais, que garantem a perfeita fertilidade do solo e a sanidade das plantas. Devemos encarar a terra considerando seus aspectos físico, químico e biológico, procurando promover, proteger e conservar a harmonia entre estas três partes.

A agronomia "oficial" ainda tende a considerar o solo como sendo um mero suporte que, sob o efeito de adubos químicos e agrotóxicos, e sob o risco de degradação do solo, deve produzir enormes vegetais sob o falso argumento de que é necessário que se use a parafernália sintética para que a produção aumente e se possa alimentar mais gente.

A outra face da moeda, porém, nos mostra que apesar dos adubos sintéticos darem à curto prazo uma resposta em termos de uma maior produtividade e produtos de maior tamanho, estes produtos são em geral menos saborosos, mais pobres em vitaminas e sais e vem impregnados de resíduos venenosos.

O fato de se usarem insumos sintéticos não matou a fome do mundo e poluiu consideravelmente o planeta, com um modelo agrícola extremamente dependente do petróleo e pouco preocupado com a ecologia.

Os altos preços do petróleo e o estado critico do meio ambiente em muitas regiões produtoras

(algumas se tornaram verdadeiros desertos), está fazendo com que a agronomia tradicional volte-se para dar atenção aos velhos insumos naturais.

Hoje, após a II Guerra e após décadas de uso e abuso dos adubos hidrossoluveis e dos agrotóxicos- foram a grande panacéia !- o establishment agrícola volta-se à pesquisa e utilização de insumos

naturais que foram relegados ao segundo plano, como o composto, esterco, lixo doméstico, rochas moídas, cinzas, etc. bem como alternativas mais ecológicas de manejo tais como: rotação de culturas, coberturas vivas e mortas, cultivo em curva de nível, plantio direto, etc.

Não devemos usar adubos químicos, primeiramente porque são hidrossolúveis, isto é, dissolvem-se na água da chuva e das regas, fato que acarreta três coisas:

- Uma parte é rapidamente absorvida pelas raízes das plantas causando expansão celular (as membranas celulares ficam mais finas) e fazendo com que aumente muito seu teor de água.

Isso as torna um "prato" para as pragas e doenças, além serem menos saborosas e com seu teor nutritivo empobrecido.

- Outra parte (muitas vezes a maior parte) é lixiviada, ou seja, é lavada pelas águas das chuvas e regas, indo poluir rios, lagos e lençóis freático, acabando por causar, juntamente com os despejos de esgotos, a eutrofização - que é a morte de um rio ou lago por asfixia, pois os excessivos nutrientes além de estimularem um crescimento excessivo das algas, roubam para se degradarem, o oxigênio da água.

- Há ainda uma terceira parte que se evapora, como no caso dos adubos nitrogenados (sulfato de amônio,p.ex.), que sob a forma de óxido nitroso vai - assim como ocorre com os fluocarbonetos do

aerosol - destruir a camada de ozônio da atmosfera.

Vários tipos de fertilizantes químicos, geralmente os mais usados, são violentos acidificares do solo, além de serem biocidas (destruidores da microvida do solo).

A utilização dos adubos químicos, dos agrotóxicos e das sementes híbridas forma um circulo vicioso, interessante apenas para as multinacionais da agroindústria.

As sementes ditas melhoradas, são muito mais exigentes de adubação para poderem ficar gigantes. A utilização do adubo torna as plantas mais fracas e mais suscetíveis ao ataque de pragas e doenças. E cada vez tem-se que utilizar mais e mais adubos e venenos para manter o nível desejável de produção.

O uso de adubos químicos faz com que os aminoácidos (proteínas) se apresentem em forma livre, ao contrário da adubação orgânica onde os aminoácidos formam cadeias complexas, não "apetecendo" às pragas.

Sabemos que os elementos mais utilizados pelas plantas são o Nitrogênio (N), Fósforo (P), Potássio (K), Cálcio (Ca) e Magnésio (Mg).

As formas sintéticas mais utilizadas como adubo nitrogenado são o sulfato e o nitrato de amônio e a uréia. São substâncias realmente riquíssimas em N (a uréia tem 45%), mas que, como dissemos acima,

acidificam o solo, matam a microvida, poluem as águas e produzem vegetais pouco resistentes, levando ao uso de agrotóxicos.

Em relação ao P, a forma mais utilizada é o Superfosfato. É fruto da solubilização de rocha fosfática mediante utilização de ácidos. Processo caro e poluente, que resulta em um produto que dependendo

da qualidade química da terra, pode ser de baixíssima solubilização. Deixa no solo residuais de anidrido de ácido sulfúrico, venenoso e poluidor.

Em termos de K, a forma mais utilizada é o cloreto de potássio, que deixa no solo o cloro, também venenoso e poluente.

EFEITOS NOCIVOS DOS ADUBOS QUIMICOS NOS ALIMENTOS :

Segundo o eng.agronomo francês Claude Aubert, os adubos nitrogenados modificam o teor das plantas

em vários elementos essenciais:

- a presença de nitratos nos alimentos agrícolas é extremamente perigosa devido à possibilidade de transformarem-se em nitritos, substâncias tóxicas e eventualmente letais.

O teor de nitratos pode ser multiplicado por 30 na folha de espinafre, em conseqüência da utilização, mesmo moderada, de adubos nitrogenados. Nesta cultura, em experiências, o nível de nitratos não

passou de 60 ppm com adubação de até 60kg/ha, mas com aumento para 180/240 kg/ha o nível de nitratos subiu para 600 ppm! Na cenoura, com os mesmos 60kg/ha, os nitratos estavam na faixa de 50 ppm, subindo para 300 ppm com adubação de 180 kg/ha.

- o nível de matéria sêca também cai. Em espinafres sem adubação nitrogenada sintética o teor de m.sêca é de 6,8% caindo para 5,5% com adubação de 120k./ha. Na batata, com adubação de 120 kg/ha a queda é desde mais de 24% até uns 22% de matéria sêca.

- o teor de proteínas aumenta, mas sua composição é modificada: o teor de aminoácidos diminui.

No milho, p.ex. doses elevadas de N aumentam o teor de proteínas, mas apenas as de baixo valor nutritivo.

- o teor de cobre diminui considerávelmente quando aumentam as quantidades de N.

- o teor de vitaminas é também modificado; o teor de riboflavina (vit. B2) dos espinafres cresce primeiro para decrescer em seguida quando se aplicam doses crescentes de N. A vitamina C é prejudicada pelo N sintético (na cenoura, p.ex. há uma redução em 1 mg. de vitamina/100gr. matéria sêca quando a adubação chega a 280 kg./ha. No espinafre, com esta dose, cai de 40 para 25mg. de vitamina C.).

- a elevada utilização de N, diminui a faculdade de conservação da colheita e modifica desfavoravelmente seu sabor.

- a adubação nitrogenada sintética também reduz o teor de glucídeos em frutas e legumes. Nas cenouras, p.ex., o teor de açucares que normalmente é de 7%, cai para menos de 6% com aplicação de doses acima de 200kg/ha. No espinafre a redução é proporcionalmente maior, caindo de 0,9 para 0,3%, e nas batatas o amido (em proporção à matéria sêca) cai em média de 65 a 60%.

- os adubos potássicos perturbam o equilíbrio mineral das plantas.

Quantidades crescentes de potássio produzem um aumento considerável do teor de potássio em certas plantas (espinafre,p.ex.) e uma diminuição correlativa do seu teor em sódio e magnésio. A relação

potássio-magnésio pode variar, segundo as quantidades do potássio aplicado, de 1 a 12. Na folha do espinafre a relação potássio-sódio pode passar de 0,5 a 20, ou seja, 40 vezes mais.

- o aumento de potássio leva igualmente à uma baixa do teor das plantas em vários outros elementos minerais, como o cálcio, e alguns oligo-elementos, como o boro e o manganês.

- o teor das plantas de proteínas e a qualidade biológica da proteína são também modificados:

o teor de proteínas do espinafre aumenta com o aumento da adubação potássica, mas o teor dessa proteína em vários aminoácidos essenciais (incluindo a lisina) diminui correlativamente.

- o teor em caroteno de diversas plantas (alface, cenoura, etc.) passa por um máximo, para diminuir depois, sob o efeito de quantidades crescentes de adubos potássicos.

- o aumento da adubação fosfatada aumenta o teor de P nos espinafres, assim como o teor de tiamina na aveia e no feijão-miúdo, além de produzir carência de zinco nas plantas.

Ainda sobre este assunto, o também francês André Voisin, dizia que em virtude da utilização dos adubos químicos, os produtos vegetais podem apresentar até 4 vezes mais K, 2 vezes mais ácido fosfórico, 50% do teor de magnésio, 6 vezes menos sódio e 3 vezes menos cobre.

"AGROTÓXICOS: Porquê não Usa-los"            

Outrora, quando as plantações eram mais diversificadas e, por conseguinte, a prática das grandes monoculturas artificiais era reduzida, a incidência de pragas e doenças era bem menor. Em parte isto ocorria porque ainda não se utilizavam intensamente os adubos químicos.

Na verdade, o uso de agrotóxicos é filho direto da utilização dos fertilizantes sintéticos e do uso dos próprios agrotóxicos, como pode comprovar o prof. Chaboussou na sua teoria da Trofobiose.

Os adubos químicos além de atuarem como biocidas, destruindo a vida do solo, enfraquecem os vegetais (aumentando o seu tamanho e o seu teor de água) tornando-os um "prato" para as pragas e doenças.

Até há pouco tempo, considerava-se que as chamadas pragas nada mais eram do que um aumento brusco de um determinado tipo de indivíduo fitófago, em virtude da extinção de seu predador (fato geralmente causado pelo uso de agrotóxicos).

À partir das pesquisas do prof. Chaboussou, compreendeu-se que a suscetibilidade da planta à pragas e doenças também é uma questão de nutrição ou de intoxicação. A planta equilibrada em crescimento vigoroso ou em descanso não é nutritiva para as pragas. Estas não tem capacidade de fazer proteólise, não tendo condições de decompor proteínas estranhas, só sabendo fazer proteossíntese.

A praga necessita encontrar na planta hospedeira alimentos como aminoácidos, açúcares e minerais

solúveis - ainda não incorporados em macromoléculas insolúveis. Isto ocorre quando há inibição da proteossíntese ou quando há excesso de produção de aminoácidos (o que frequentemente ocorre com o excesso de adubos nitrogenados). A inibição da proteossíntese pode ser conseqüência do uso de agrotóxicos ou de desequilíbrio nutricional da planta.

Chaboussou pesquisou e constatou que o uso de agrotóxicos para debelar algum mal acarretava depois, um ressurgimento piorado do mal. Os agrotóxicos provocam modificações no metabolismo das

plantas, acarretando um enriquecimento dos líquidos celulares ou circulantes em açucares solúveis e aminoácidos livres, que, em excesso, não são normalmente incorporados na proteossíntese. Os insetos fitófagos são assim favorecidos em sua alimentação.

O uso de agrotóxicos também age sobre a composição dos vegetais, e sobre sua vida intima, modificando a relação C/N (no caso dos herbicidas), no índice K / Ca (pesticidas) ou no conteúdo de aminoácidos (fungicidas).

À esta dependência estreita entre as qualidades nutricionais da planta e seu parasita, o dr. Chaboussou chamou de "Trofobiose".

Como diz o prof. Lutzemberger: "Todo agrônomo ou agricultor experiente e observador sabe que, quanto mais venenos se usa, mais praga aparece".

grotóxicos é um nome genérico dado aos venenos utilizados na agricultura sob o pretexto de exterminar pragas e doenças. Existe o eufemismo "defensivo" utilizado pelos que lucram com eles, que longe de defender, envenenam e poluem o meio-ambiente.

Os agrotóxicos podem ser: pesticidas (ou praguicidas), fungicidas e herbicidas. Os pesticidas, mais especificamente, subdividem-se em:

1- Quanto à finalidade: aficida, ovicida, larvicida, raticida, formicida, acaricida,etc.

2- Quanto à maneira de agir: de ingestão, de contato, microbiano, fumigante.

3- Quanto à origem: inorgânicos e orgânicos.

Ação dos Agrotóxicos:

- Ação de contato: Caracteriza o modo de ação de um pesticida que age e é absorvido pela pele

(tegumento) do inseto.

- Ação de ingestão: Caracteriza o modo de ação de um pesticida que age e penetra no organismo

por via oral.

- Ação de profundidade: Caracteriza o modo de atuação de um inseticida que tem ação translaminar,

ou seja, que aplicado na face de uma folha, exerce sua toxidez contra insetos alojados inclusive na outra face da folha. Esta ação também pode ser observada nos frutos, quando o pesticida atinge o interior dos mesmos por translocação, destruindo as larvas das moscas-da-fruta.

- Ação fumigante: Caracteriza o modo de ação de um pesticida que age penetrando no inseto na

forma de vapor através de suas vias respiratórias.

- Ação sistêmica: Ação que é exercida por um pesticida que é absorvido por uma planta e translocado em quantidades suficientes para tornar o local de translocação tóxico para os insetos por um tempo ilimitado.

Os pesticidas inorgânicos foram muito utilizados no passado, mas atualmente não representam 10% do total de pesticidas em uso. São eles os produtos arsenicais, os fluorados e os compostos minerais que agem por contato matando a praga por asfixia.

O prof., Chaboussou conta que a substituição dos arsenicais pelo DDT no tratamento de pomares e vinhas na Europa e EUA, acarretou em uma super-infestação de insetos fitófagos até então inofensivos.

A vantagem dos produtos que agem por ingestão, é que apenas a praga em questão é afetada, porém a desvantagem está em que estes produtos se acumulam nos tecidos orgânicos e são de longa persistência no ambiente.

Os pesticidas orgânicos compreendem os de origem vegetal e os organo-sintéticos. Os primeiros, também muito utilizados no passado, são de baixa toxidade e de curta permanência no ambiente (como p.ex. o piretro e a rotenona).

Os organo-sintéticos se subdividem em clorados, cloro-fosforados, fosforados, carbamatos e fumigantes:

- Clorados (ou Organoclorados):

Grupo químico dos agrotóxicos compostos por um hidrocarboneto clorado que possui um ou mais anéis aromáticos, ou mesmo cíclico saturado. Em relação aos outros organo-sintéticos, os clorados são menos tóxicos (em termos de toxidade aguda), mas são também mais persistentes no corpo e no meio-ambiente, podendo causar efeitos patológicos à longo prazo. O agrotóxico organoclorado atua no sistema nervoso, interferindo na troca irônica que caracteriza a transmissão do impulso nervoso. O famigerado DDT faz parte do grupo dos organoclorados.

- Cloro-fosforados:

Grupo químico dos venenos compostos por um ésteres de ácido fosfórico (ou tionofosfórico),ditiofosfórico e fosfônico (ou tionofosfônico), que em um dos radicais esterificados possui um ou mais átomos de cloro. Possuem toxidez aguda semelhante à dos fosforados em geral, sendo, como éster, degradados rapidamente e não se acumulando nos tecidos gordurosos. Atua sobre a colinesterase (enzima de fundamental atuação no sistema nervoso) nas sinopses nervosas.


- Fosforados (ou Organofosforados):

Grupo químico dos venenos compostos por em ésteres de ácido fosfórico (ou tionofosfórico), tiolofosfórico, ditiofosfórico, fosfônico, tionofosfônico (ou ditiofosfônico). Em relação aos agrotóxicos clorados e carbamatos, os organofosforados são mais tóxicos (em termos de toxidade aguda), mas são degradados mais rapidamente e não se acumulam nos tecidos gordurosos. Atua inibindo a colinesterase nas sinopses nervosas.

- Carbamatos:

Grupo químico dos venenos compostos por ésteres de ácido metilcarbônico ou dimetilcarbônico. Em relação aos pesticidas organoclorados e organofosforados, os carbamatos são considerados de toxidade aguda média, sendo degradados rapidamente e não se acumulando nos tecidos gordurosos. Os carbamatos atuam inibindo a colinesterase em sinopses nervosas, e muitos destes produtos já foram proibidos em vários países em virtude de seu efeito altamente cancerígeno.

Em 1978 foi feito pelo Instituto Biológico de São Paulo (Brasil) em cooperação com a CEAGESP e o CATI, um monitoramento de resíduos de agrotóxicos nos produtos hortícolas. O trabalho indicou, na época, que 7% das frutas e 13% das hortaliças apresentavam resíduos acima do permitido. Outro estudo feito em 1985 mostrou que o teor de resíduos tinha aumentado para 13% nas frutas. Em 1984 o ITAL de Campinas (São Paulo-Brasil) fez uma pesquisa sobre a contaminação em alimentos industrializados, e os resultados mostraram que 41% das 1.176 amostras analisadas continham quantidade de resíduos de agrotóxicos maiores que o permitido.

Classificação toxicológica dos venenos agrícolas:

- Classe toxicológica I (Rótulo Vermelho): Veneno no qual se encontram substâncias ou compostos químicos considerados "altamente tóxicos" para o ser humano.

- Classe toxicológica II (Rótulo Amarelo): Veneno considerado "medianamente tóxico" para o ser humano.

- Classe toxicológica III (Rótulo Azul): Veneno considerado "pouco tóxico" para o ser humano.

- Classe toxicológica IV (Rótulo Verde): Veneno considerado "praticamente não-tóxico"

para o ser humano.


"Dirty Dozen" ou "Doze Sujos" (ou ainda "Dúzia Suja"), foi como ficaram sendo mundialmente

conhecidos os agrotóxicos mais nocivos, que são:

  1. DDT,
  2. os "Drins" (Endrin, Aldrin e Dieldrin),
  3. Clordane e Heptacloro,
  4. Lindane,
  5. Gama BHC,
  6. Parathion,
  7. os monocrótofos (Azodrin, Nuvacron),
  8. Aldicarb (Temik),
  9. Clordimeform (Gelecron, Fundal),
  10. 2-4-3T (o "Agente Laranja"),
  11. EDB, o DBCP,
  12. Paraquat e os fungicidas à base de mercúrio.

Até meados de 1985 já estavam proibidos em mais de 50 países."


RESUMO:

Agricultura natural, é uma alternativa agrícola hoje que visa estabelecer uma relação mutualista com o ecossistema, onde a terra é considerada conforme seus aspectos físicos, químicos e biológicos, procurando promover, proteger a harmonia destes três aspectos. Isso através do uso de recursos naturais, (solo, plantas, etc.) de uma maneira sustentável, utilizando insumos naturais como estercos, lixo doméstico, rochas moídas, cinzas e/ ou práticas "ecológicas" no manejo do solo como rotação de culturas, cultivo em curva de nível, substituindo assim os convencionais adubos químicos e agrotóxicos.

Estas alternativas agrícola atende a proposta da engenharia ecológica, que é ser um processo no qual não se gera resíduos tóxicos, além de reciclar e usar nutrientes dos resíduos (como fezes humanas, esgotos da cidades, lixo), para práticas agrícolas "ecológica" ou seja proporcionando assim um benefício ao ecossistema e ao próprio homem.

Tudo isso vem sendo feito contra a convencional prática agrícola que fazendo uso de adubos químicos, busca a maior produtividade de suas plantações e que hoje, acabou por colher menos qualidade e mais gastos com insumos sintéticos como os agrotóxicos, pois a utilização dos adubos químicos torna as plantas mais fracas e mais suscetíveis ao ataque de pragas e doenças. Sendo assim há necessidade de cada vez mais usar adubos para manter os níveis de produção. E com o aumento de pragas e doenças fez-se cada vez mais necessário os usos de agrotóxicos, que é filho direto do uso de adubos químicos.

Constatou-se então que o uso de agrotóxicos para debelar alguns males acarretava depois, um ressurgimento piorado do mal. Logo o uso de insumos sintéticos "não matou a fome do mundo" e apenas gerou poluição, e desequilíbrio nos ecossistemas, com um modelo agrícola dependente do petróleo e pouco ecológico. Como exemplo, no Brasil existe diversos locais onde um dia existia terras férteis, hoje são verdadeiros desertos, fruto de manejo do solo inadequado.

As razões para as quais não devemos usar adubos químicos e agrotóxicos são primeiramente porque são hidrossolúveis (dissolvem-se na água da chuva), acarretando absorção desta água contaminada pelas raízes das plantas e lixiviação dos insumos e então contaminação de rios e lagos.

Contudo, fez-se necessário a busca dos velhos insumos naturais, como alternativa agrícola, onde há um grau de sustentabilidade maior do empreendimento agrícola (um dos temas mais importantes da sociedade) remete-se diretamente a sustentabilidade do processo.

Racionalizando o uso dos recursos pode-se atingir um processo sustentável (como a agricultura natural). Sabendo que temos alguns paradigmas da sustentabilidade como:


  • Os recursos na terra são limitados,
  • Nossas gerações futuras só poderão ocorrer neste planeta,
  • A existência humana depende de outras espécies além de ações feitas no presente.

Podemos então valorizar emergéticamente os recursos naturais, trabalho, produto, perdas de recursos, resíduos, seus tratamentos e recuperação ambiental de um processo agrícola. Assim com algumas ferramentas científicas como:

  • Estudos sobre impacto ambiental de diversas alternativas tecnológicas,
  • Estabelecimento de diretrizes para a sustentabilidade,
  • Educação ecológica, etc.

Podemos chegar a um modelo agrícola, ou industrial sustentável, como é o caso da agricultura natural comparada com a agricultura convencional.

Na agricultura natural há maior uso dos recursos gratuitos da natureza, logo deverá possuir uma transformidade maior, o que é vantajoso na competição de mercados livre. A carga sobre o meio ambiente é menor, pois há mais reciclagem e maior reutilização de resíduos. Então possui uma maior sustentabilidade.

Logo vê-se nitidamente que há possibilidade de vivência harmônica do homem e seu meio ambiente, porém há necessidade de subsídios, incentivos aos agricultores, além de recomendações para mudanças no sistema convencional de agricultura, como:

  • Estabelecimento de oportunidades de pesquisa na área de sustentabilidade e produção de alimentos,
  • Existência de disciplinas conscientizadoras em cursos superiores,
  • Abertura da mídia para a necessidade da sustentabilidade, etc.

Mas para isso será necessário não só uma mobilização governamental, teremos que ter uma mobilização social, e de conscientização de que o mundo onde vivemos será o mundo onde gerações futuras viverá.

Site referente ao texto

http://www.syntonia.com/natural/agricultura/agriculturanatural/index.htm